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Mostrando postagens de setembro, 2008

AO LUAR (Augusto dos Anjos)

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Quando, à noite, o Infinito se levanta À luz do luar, pelos caminhos quedos Minha tátil intensidade é tanta Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos! Quebro a custódia dos sentidos tredos E a minha mão, dona, por fim, de quanta Grandeza o Orbe estrangula em seus segredos, Todas as coisas íntimas suplanta! Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado Nos paroxismos da hiperestesia, O Infinitésimo e o Indeterminado... Transponho ousadamente o átomo rude E, transmudado em rutilância fria, Encho o Espaço com a minha plenitude!